quarta-feira, 3 de outubro de 2018
sexta-feira, 4 de agosto de 2017
quarta-feira, 18 de novembro de 2015
Papagaio Charão No Museu
Este conto tirou o segundo lugar, categoria contos, do Concurso Literário Sindiserv - Caxias do Sul - 2015
A inspiração veio de uma visita ao museu com a turminha do 4º ano da professora Luciara da EMEF Profª Marianinha Queiroz, que acompanhei como professora de informática e fotógrafa. A menina Elen é fictícia, mas as informações são verdadeiras!
Papagaio Charão No Museu
A
edificação, do final do século XIX, foi transformada em museu há
mais de trinta anos. O acervo é composto por mais de dez mil peças
lembrando a saga dos imigrantes italianos que formaram a cidade de
Caxias do Sul. Elen acompanhava a turminha do sexto ano com a
professora Liliana. O passeio iniciou com a divisão da turma em
duas, as monitoras, estagiárias do curso de História, estavam bem
preparadas para explicar a trajetória imigrante através de seus
objetos. Subiram uma escadaria que os levou ao andar de cima.
Expositores de vidro mostravam resquícios de índios dessa região,
restos de sambaquis, mãos de pilão e restos de cerâmica. Passaram
por imagens grandes, recortadas em papelão, representando
imigrantes e seus baús, no porto de Gênova, na Itália, o ponto de
largada na imigração italiana. Depois a guia mostrou o famoso
quadro-propaganda, “Cocagna”, usada pelo governo para atrair
imigrantes ao Brasil. Cocagna é a terra da fartura, onde jorram
vinho dos rios, salames espocam nas árvores e frangos assados caem
do céu. Os alunos riram e a guia explicou que na verdade a terra da
Cocagna precisava ser trabalhada, pois os italianos encontraram mato
e dificuldades. A floresta era densa e precisava ser desmatada para
construir as moradias e os povoados. A guia contou que o ano da
primeira leva de imigrantes foi em 1875. Os imigrantes chegavam de
navio, após trinta a quarenta dias de viagem. Uma viagem sofrida,
com pouca água, com cadáveres, derrotados pela doença, sendo
jogados ao mar. Chegavam ao Rio de Janeiro, onde ficavam de
quarentena para evitar a transmissão de doenças, depois vinham para
Porto Alegre e por fim vinham para a serra gaúcha.
Os
alunos escutavam atentos e faziam perguntas, com paciência a guia
esclarecia. No corredor ao fundo um grande quadro de 1955, de Jorge
Leitão. A tela mostra um resumo da saga dos italianos na nossa
região. Em primeiro plano à esquerda, homens cortando araucárias
para fazer a madeira das casas, uma serraria à esquerda ao fundo,
imprescindíveis no meio da floresta e um carro de boi puxando uma
tora. À direita uma moradia dividida em duas, a cozinha com forno de
barro, separada do resto da casa, pois o fogo de chão podia
incendiar tudo.
Um rio atravessa o centro da tela destacando uma mulher lavando
roupas nas suas águas. Ao pé do quadro uma bancada com ferramentas
alusivas à pintura, serrotes, machados e armadilhas para caça. Os
imigrantes recebiam as ferramentas do governo, junto com a terra,
para poder dar inicio ao cultivo e construção de moradias. Elen
sentou atrás, enquanto a guia explicava a função de cada
ferramenta.
-
Vocês sabem para que serve isso?
-
Pra serrar madeira!
-
Sim, mas essa é especial, ela faz as tábuas de madeira que eram
usadas para a construção das casas!
Elen
olhava para o quadro de Jorge Leitão, examinava cada detalhe da
obra. Lembrava de histórias contadas pela nona, da paisagem que tão
bem conhecia. Num relance sentiu-se a avó menina. Na sua fantasia
entrou correndo na tela, reconheceu sua mãe que lavava roupas no
riacho:
- Vieni qui ragazza!
-
Vengo mamma! – responde Elen vivenciando a infância da nona
menina. Correu
longe dali, criança não podia andar por perto, pois era perigoso,
os homens cortavam araucárias centenárias, Elen menina sentia pelos
pinheiros,
mas era preciso construir casas. Correu mata adentro, o som de
pássaros chamou sua atenção. Correu até onde podia ouvi-los mais
de perto. Conseguiu perceber pássaros verdes alimentando-se de
sementes da árvore espinhenta que chamavam de pinheiro, além da
madeira essa árvore dava frutos cobiçados por todos, os pinhões.
Era um grande bando de aves. De longe distinguiu pássaros verdes com
a fronte avermelhada. Cada um buscava um pinhão. Nos galhos mais
baixos Elen pode vê-los alimentando-se, com o pé direito agarravam
perfeitamente o pinhão, enquanto se firmavam no pé esquerdo usando
o bico poderoso para abrir a casca e retirar a polpa interna. As aves
deliciavam-se em saborear as sementes.
-
Sono pappagalli ! – Gritou tio Piero armado de uma sciopa -
Guardare!
-
Arresto! – Grita Elen menina, mas não consegue evitar a matança!
-
Guardate quanto è bello il nostro pranzo! – O tio corre ao
encontro das aves caídas.
Elen
acorda do transe, foi só um momento, pois seus colegas seguiam para
o próximo ambiente, mas pareceu uma eternidade! Que papagaio era
aquele? Lembrou que tinha visto exemplares no zoológico da
Universidade, sim, era o papagaio charão, no topo da cadeia das aves
em extinção. Que alegria tê-los visto em bandos, mesmo que em
sonho. Fazia parte de uma família que ajudou a extingui-los. Seus
antepassados e famílias alimentavam-se de aves silvestres até uns
trinta anos atrás, primeiro por necessidade, depois por hábito. O
nono contava das passarinhadas, das pombinhas assadas, todas
emparelhadas na assadeira, com as minúsculas perninhas para cima,
saboreadas sem dó. Hoje toda a família é defensora das aves,
ninguém mais as consomem.
Elen
passou semanas amaldiçoando seus gens exterminadores de papagaio.
Entrou em depressão. Gostava muito de aves e saber que uma das mais
belas aves da serra tinha entrado em extinção por causa de seus
antepassados foi terrível para ela.
-
Nono, estive no museu pela escola entrei em uma viagem no tempo, fui parar na época em que nossos antepassados chegaram aqui.
-
O museu traz lembranças do passado Elen.
-
Não nono, eu entrei num quadro que tinha lá, vi uma mulher lavando roupa, acho que podia ser a bisnona, foi muito incrível!
-
Ah, ah, - riu o nono – com certeza você dormiu e sonhou!
-
Não nono, não sonhei, eu vivi! E isso me trouxe muita preocupação, nono, vocês comiam papagaio?
-
Não minha neta! A carne de papagaio é muito dura, sempre preferíamos carne de pombas, de jacus, de perdiz...
Elen
sorriu, foi um alívio! Na sua inocência isso era tudo o que ela
precisava ouvir !
Vera Elenita Medeiros
Vera Elenita Medeiros
Foto Sindiserv Caxias do Sul
Agradeço ao Sindiserv pela valorização dos servidores escritores!
quinta-feira, 15 de maio de 2014
sexta-feira, 16 de agosto de 2013
BUGIOS
VÍDEO SOBRE BUGIOS DA RPPN SANTA BÁRBARA.
CRIANÇAS OUVEM SONS NA MATA E IMAGINAM ANIMAIS FEROZES,
MAS CHEGANDO ATÉ O LOCAL DESCOBREM QUE SÃO OS INOFENSIVOS BUGIOS.
FILMADO NA RPPN SANTA BÁRBARA DE ANA RECH. PARTICIPAÇÃO DAS CRIANÇAS DA COMUNIDADE COM VÍDEOS DE ALGUMAS AVES DA RPPN.
CRIANÇAS OUVEM SONS NA MATA E IMAGINAM ANIMAIS FEROZES,
MAS CHEGANDO ATÉ O LOCAL DESCOBREM QUE SÃO OS INOFENSIVOS BUGIOS.
FILMADO NA RPPN SANTA BÁRBARA DE ANA RECH. PARTICIPAÇÃO DAS CRIANÇAS DA COMUNIDADE COM VÍDEOS DE ALGUMAS AVES DA RPPN.
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quinta-feira, 4 de abril de 2013
As Belezas do Mundo - Origem do Tangran
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sábado, 2 de março de 2013
Quebra Cabeça
JigZone é um quebra-cabeça online. A partir de fotos que são transformadas em quebra-cabeças que pode ser compartilhada com outras pessoas.
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terça-feira, 11 de dezembro de 2012
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